O valor do salário mínimo em 2025 foi oficialmente elevado para R$ 1.518,00, representando um acréscimo de R$ 106,00 em comparação ao piso anterior de R$ 1.412,00. Apesar de ter entrado em vigor no dia 1º de janeiro, o novo valor só passou a ser depositado a partir de fevereiro, como previsto na rotina de pagamentos.
Essa mudança não afeta apenas os trabalhadores formais, mas também altera a base de cálculo de diversos benefícios sociais e previdenciários. Com isso, milhões de brasileiros já começaram a sentir os efeitos do reajuste no bolso, o que reacende o debate sobre o poder de compra da população e os limites fiscais do governo federal.
Valor oficial definido por Medida Provisória
O novo piso nacional foi estipulado pela Medida Provisória 1.210/2024, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e convertida em lei pelo Congresso Nacional no início do ano. A medida garante:
- Um reajuste total de 7,5%;
- Aumento real de 3%, acima da inflação de 4,5% acumulada em 2024 (INPC);
- Correções automáticas em benefícios previdenciários e assistenciais vinculados ao mínimo.
Esse reajuste reafirma o compromisso do governo com a valorização do salário mínimo, mas, ao mesmo tempo, impõe desafios à política fiscal, já que cada real acrescido no piso representa gasto extra significativo para os cofres públicos.
Nova metodologia limita aumento real
Até 2024, o cálculo do salário mínimo incluía a reposição da inflação e o crescimento do PIB de dois anos anteriores. No entanto, uma nova fórmula passou a vigorar em 2025, estabelecendo um teto de 2,5% para o ganho real, mesmo que o desempenho econômico supere esse percentual.
A mudança foi proposta pelo Ministério da Fazenda com o objetivo de conter o crescimento das despesas obrigatórias e preservar o equilíbrio orçamentário. Isso significa que, mesmo com um PIB de 3,2% em 2023, o aumento real do mínimo foi limitado, o que evitou um impacto ainda maior nas contas públicas.
Entenda o reajuste de 2025
| Índice Considerado | Percentual Aplicado |
| Inflação (INPC de 2024) | 4,5% |
| Crescimento real do salário | 2,5% (teto) |
| Reajuste total | 7,5% (com arredondamento) |
Por que o novo valor só apareceu no pagamento de fevereiro?
Apesar de o novo salário mínimo ter validade desde o primeiro dia do ano, os contracheques começaram a refletir a atualização apenas em fevereiro. Os empregadores pagam os salários no mês seguinte ao trabalhado, uma prática comum no setor público e privado. Por isso, começaram a depositar os valores atualizados com os vencimentos de janeiro.
O governo também ajustou os benefícios sociais.
Perguntar ao ChatGPT
O novo piso nacional não impacta apenas os trabalhadores formais. Diversos programas sociais e benefícios do INSS usam ele como base de cálculo. Entre eles:
- Aposentadorias e pensões de valor mínimo;
- Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS);
- Abono salarial do PIS/Pasep;
- Seguro-desemprego (parcela mínima);
- Salário-família;
- Auxílio-reclusão.
Todos esses pagamentos foram automaticamente reajustados para acompanhar o novo salário mínimo. Assim, nenhum beneficiário passou a receber menos do que os R$ 1.518 estabelecidos para 2025.
Histórico recente de reajustes do salário mínimo
| Ano | Valor do Piso | Reajuste Nominal | Inflação (INPC) | Aumento Real |
| 2022 | R$ 1.212,00 | 10,18% | 10,16% | 0,02% |
| 2023 | R$ 1.302,00 | 7,41% | 5,93% | 1,48% |
| 2024 | R$ 1.412,00 | 8,44% | 3,71% | 4,73% |
| 2025 | R$ 1.518,00 | 7,5% | 4,5% (estimado) | 3,0% |
A tabela mostra que, mesmo com o novo teto, o valor de 2025 mantém a política de valorização do piso, com ganho real superior à inflação pelo quarto ano consecutivo.
Impacto fiscal preocupa equipe econômica
O aumento no salário mínimo representa um acréscimo relevante nas despesas do governo. Para se ter uma ideia, cada real adicionado ao piso representa um custo estimado de R$ 375 milhões por ano.
Com o reajuste de R$ 106,00 em 2025, a conta pode ultrapassar os R$ 39 bilhões ao ano. Para lidar com isso, o Ministério da Fazenda defendeu a aplicação de um teto para o ganho real como estratégia para manter as metas fiscais e controlar o déficit primário.
Reações divididas ao novo valor
A decisão de limitar o aumento real gerou opiniões divergentes. Por um lado, centrais sindicais como a CUT apontaram que o valor ainda está distante do necessário para garantir uma vida digna às famílias trabalhadoras. O Dieese, por exemplo, calculou que o salário ideal em 2025 deveria ser de aproximadamente R$ 6.900,00 para uma família de quatro pessoas.
Por outro lado, representantes do setor produtivo e economistas enxergaram a medida como prudente diante da necessidade de controlar os gastos públicos e reduzir o endividamento federal.
Onde consultar o novo salário
Trabalhadores podem verificar o novo valor do salário mínimo nos seguintes canais:
- Meu INSS (aplicativo para Android e iOS);
- Portal gov.br/meuinss;
- Central 135 (de segunda a sábado, das 7h às 22h);
- Agências do INSS, com agendamento prévio.
Já os trabalhadores do setor privado devem receber os valores ajustados diretamente em conta, acompanhados do novo holerite.
E os pisos regionais?
Alguns estados brasileiros possuem salário mínimo regional com valores superiores ao nacional. Em 2025, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul mantêm suas faixas próprias, válidas para categorias não contempladas por convenções coletivas.
No entanto, o piso federal continua sendo referência obrigatória para aposentadorias, programas sociais e salários da administração pública federal.
O reajuste do salário mínimo em 2025 reafirma o esforço do governo federal em garantir ganhos reais ao trabalhador, mesmo com as limitações impostas pela nova política fiscal. Embora o valor ainda esteja distante do considerado ideal por entidades sindicais, a correção beneficiou milhões de brasileiros e fortaleceu a renda mínima de grande parte da população.
Com o novo valor já em vigor, resta acompanhar os próximos passos do governo na difícil tarefa de equilibrar valorização social e responsabilidade orçamentária, um desafio que continuará no centro do debate público nos próximos anos.